domingo, 7 de junho de 2009

Cinema Documental no Brasil – Criado do “jeitinho brasileiro” – Atualmente uma importante ferramenta de disseminar cultura no Brasil.

Documentário se caracteriza pelo compromisso com a exploração da realidade, mas não necessariamente representa a realidade tal como ela é. O documentário, assim como o cinema de ficção, são representações parciais da realidade.
Durante as décadas de 10 e 20 no Brasil, predominou-se a produção de um cinema natural, sem gastos, com a produção de documentários e cine-jornais a fim de levantar recursos para a produção de filmes ficcionais. Daí surgiu o cinema documental no brasil. Com o jeitinho brasileiro de se fazer as coisas. De lá praça o cinema documental sofreu algumas mudanças, e nomes que caracterizaram significativamente essa mudança foram Walter Salles, seu irmão João Moreira Salles.Talvez porque eles tinham recursos próprios pra fazerem seus filmes, e não dependiam do incentivo do governo ou das empresas privadas, que até meados dos anos 90 era praticamente zero.
Foi nessa época, pelos programas de incentivo á cultura, resgatados pelo governo FHC, em que o documentário de longa-metragem chega novamente às salas de exibição no final dos anos 90, com sucesso de público e crítica. Aurélio Michilles filma, em 1997, O Cineasta da Selva, sobre o trabalho do pioneiro Silvino Santos na Amazônia. A proliferação de filmes mostra a vitalidade do formato documental no cinema brasileiro contemporâneo. Nesse período também a TV a cabo se fortaleceu no país e surgiu como parceira em co-produções e exibições. João Moreira Salles co-dirigiu, com Kátia Lund, o filme Notícias de uma Guerra Particular, 1999. Casa Grande e Senzala, de Nelson Santos em 2000, foi outro cinema documentário a se destacar produzido pra tv.
O documentário é, desde seu início no Brasil, campo ideal para experimentações de linguagem. Exemplo disso é O Prisioneiro da Grade de Ferro, 2004, de Paulo Sacramento, filme que relata a vida dos detentos do presídio Carandiru, com trechos filmados pelos próprios detentos. Ônibus 174, de José Padilha, 2004, é outro filme que caracteriza essas experimentações de linguagem, é um filme que se utiliza de imagens de arquivo para analisar o famoso seqüestro de um ônibus ocorrido no Rio de Janeiro, evento que marcado pela onipresença da mídia e ação desastrosa da polícia. O avanço da tecnologia, aliado ao barateamento dos equipamentos, a diminuição no tamanho dos equipamentos digitais, a facilidade no transporte e a conseqüente diminuição das equipes,levou a um aumento significativo no número de documentários produzidos, e têm proporcionado também o surgimento de obras construídas em primeira pessoa como o Passaporte Húngaro, 2003, de Sandra Kogut; e 33, de Kiko Goiffman, realizado em 2003.
No ano de 2003 a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, a TV Cultura de São Paulo e a Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (ABEPEC), com o apoio da Associação Brasileira de Documentaristas (ABD), lançaram o programa de fomento à produção e teledifusão do documentário brasileiro, intitulado DOCTV. O modelo de carteira de financiamento do DOCTV originou programas regionais de financiamento nas emissoras públicas de alguns estados, Foi lançado, ainda, um programa de co-produção e exibição internacional na Ibero-América, intitulado DOCTV Ibero-América. O DOCTV, realizado em parceria com produtores independentes e exibidos em rede nacional de televisão aberta, faz chegar cultura de qualidade a um público potencial de milhões de pessoas, em filmes documentários produzidos nas diferentes regiões brasileiras, numa iniciativa sem precedentes no país.

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