terça-feira, 9 de junho de 2009

A Retomada do Cinema Brasileiro

Primeiramente, para entender a retomada do cinema brasileiro, é preciso, ao menos, citar a pausa na produção cinematográfica no período anterior. Durante o governo de Fernando Collor, no início da década de 90, é extinta a Empresa Brasileira de Filmes -Embrafilme- que oferecia ajuda financeira aos longas e curta-metragem.
Além da Embrafilme, outros recursos foram eliminados, como o Concine – Conselho Nacional de Cinema – que durou de 1976 à 1990 e a Fundação do Cinema Brasileiro, que existia desde 1988 e foi fechada também em 1990.
Com o fechamento desses órgãos de apoio, a produção cinematográfica sofreu uma brusca queda; principalmente em se tratando de longa-metragens, que necessitam de mais recursos para serem produzidos. Existem também expeculações a cerca de outros motivos que teriam colaborado para essa pausa no setor cinematográfico; entre ele estariam a crise econônica nacional – atravessada pelo país em 1980- que teria seus reflexos explícitos na década de 90, as altas taxas de inflação, e o grande sucesso da televisão, que estava atraiando uma enorme audiência na época.
Dois anos depois, com o Impeachment do presidente Collor, Itamar Franco assume o governo. Em Julho de 1993, então, é implementada a Lei do Audiovisual, que descontaria os impostos de empresas privadas que financiassem produções de cinema. Somente em 1995 os reflexos do novo incentivo começam a ser visíveis e novo filmes brasileiros começam a surgir sob ajuda financeira.
Outros incentivos começam a surgir a partir de então. Em 1998 a Cota de Tela passa a ser 49 dias de obrigatoriedade para a exibição de filmes nacionais nas salas de cinema. Em 2001, o presidente Fernando Henrique Cardoso cria a Ancine (agência Nacional de Cinema), a fim de regulamentar e fiscalizar o financiamento e a produção de filmes contemplados pelas leis de incentivo.
Existem duas datas distintas que estabelecem o período da chamada “Retomada” do cinema brasileiro. Algumas pessoas determinam esse período a partir de 1993, quando há o reinício da atividade cinematográfica no país, outros preferem estipular o inicio da retomada em 1995 com o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Não existe um movimento ou uma escola que caracterize o cinema da retomada, o que se pode constatar são algumas caracteriticas presentes nas produções. O que ocorre é que com a inscerção do setor privado e a intervenção das empresas do Estado, os roteiros e as produções sofrem drásticas mudanças. As políticas de incentivo e as empresas vão pressionar os diretores e envolvidos para que as salas de cinema estivessem sempre com grande público, para que, assim, seus investimentos tivessem retorno.
Para isso, era necessário adotar alguns critérios estéticos novos e diferentes para que, assim, pudessem conseguir apoio financeiro. Dessa forma, os roteiros acabam adotando uma linguagem mais simples e com narrativas parecdias com o modelo televisivo da época – que fazia tanto sucesso.
Existia também uma ligação afetiva com o espectador. A ligaçõa entre a publicidade e a propaganda com o cinema tinha sugestão emotiva, sem que fosse necessário citar qualquer propaganda, de fato, nos filmes, os formatos eram muito parecidos, o que fazia com que as pessoas se familiarizassem com as campanhas publicitárias.
Alguns criticos defendem a idéia de que a maioria dos filmes da retomada buscavam apenas o entretenimento e não abria espaço para reflexão em uma “espetaculzarização” da vida. Essa tal espetacularização estava ligada à proximidade com os roteiros norte-americanos.
Basicamente, a maioria dos filmes da retomada faziam alguma referência à sonhos de rápida ascenção. Era comum a personalidade de ‘gente do povo’ que tentava fugir da seca e da fome, em busca de melhorias de vida.
Algumas divergências circundam uma data limite paa o que se chama de cinema de retomada. Alguns acreditam que o termo pode aidna ser usado para a atual produção cinematográfica brasileira, outros preferem limitar esse período para o fim do governo de Fernanco Henrique Cardoso, em 2002.
Os que julgam o fim do cinema da retomada, determinam o período de pós-retomada a partir do filme Cidade de Deus (2002, Fernando Meireles). Para esses, a entrada da globo filmes na produção e distribuição de filmes brasileiros determinaria uma nova caracterização cinematográfica.
O que se pode constatar é que em meio a um vulcão em atividade produzindo filmes, com foi o cinema da retomada, existem coisas boas e ruins, naturalmente. Dentro desse fervilhão o que se precisa é saber filtrar os produtos de qualidade.

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